A taxa de inadimplência do comércio varejista avançou 6,65% em fevereiro, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, informou nesta quarta-feira (20) a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em conjunto com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
"O aumento no número de registros [de inadimplência] é resultado de um aumento dos gastos dos consumidores, que, muitas vezes, é realizado de forma não planejada, contribuindo assim para o aumento da inadimplência", avaliou a CNDL.
Consultas e cancelamentos de registros
A CNDL e o SPC Brasil disseram ainda que o número de consultas para compras a prazo e para pagamentos com cheques (indicador relacionado com o volume de vendas) subiu 11,23% em fevereiro, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
"A tendência do mercado em fevereiro ainda se mostra muito favorável ao comércio, mantendo a trajetória apresentada ao longo de 2012", informaram a CNDL e o SPC Brasil, acrescentando que esse quadro está relacionado com a alta taxa de ocupação, aumento do rendimento e queda de juros.
No caso do cancelamento de registros de inadimplência, a CNDL e o SPC Brasil informaram que houve um crescimento de 8,5% em fevereiro de 2013, na comparação com o segundo mês do ano passado.
"O aumento do número de cancelamentos resulta em uma melhor condição financeira dos consumidores em função da estabilidade no mercado de trabalho, combinada com um aumento de rendimentos e facilidades de pagamentos proporcionadas pela queda dos juros, o que possibilita que mais consumidores quitem suas pendências", avaliaram as entidades.
Cuidados para evitar a inadimplência
A CNDL e o SPC Brasil divulgaram uma série de recomendações para que os consumidores não fiquem inadimplentes em suas compras. Segundo as entidades, as pessoas devem privilegiar pagamentos à vista; devem fazer planejamento financeiro com uma planilha mensal de gastos, além de preferir um número menor de prestações nas compras a prazo.
Os clientes também devem somar os juros e calcular o preço final dos produtos comprados a prazo (para ter uma ideia do valor pago em juros); não devem se ater ao valor da prestação e sim ao preço final da mercadoria, e manter uma “reserva financeira” por segurança. Outra recomendação é que os consumidores não comprometam toda sua renda com compras.
Metodologia
A CNDL lembra que sua base de dados incorpora os grandes e pequenos varejistas, mas não inclui as operações com cartões de crédito,e consideram as operações com atraso superior a 30 dias. As transações com cartões de crédito absorvem cerca de 20% do volume total de operações, segundo estimativas da entidade. Os dados da CNDL envolvem, porém, a consulta em mais de 150 milhões de cadastros de pessoa física (CPF) de consumidores em 800 mil pontos de vendas credenciados.
Fonte:G1